
O mês de junho é marcado por importantes celebrações de nosso Calendário Litúrgico. No dia 19, será a Solenidade de Corpus Christi. No dia 27, a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. no dia 28, a Memória do Imaculado Coração de Maria. Além dessas celebrações, recordamo-nos também dos santos juninos: Santo Antônio, São João e São Pedro.
Tudo brota do amor misericordioso do Coração de Jesus! Na Eucaristia, que Ele mesmo nos deixou como memorial de seu amor redentor, nós o recebemos por inteiro, seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade e, alimentando-nos d’Ele, somos capazes de amar como Ele mesmo nos amou, para alcançarmos a eternidade: “Quem comer deste pão, terá a vida eterna” (Jo 6,51). Que mistério profundo é este, de um Deus que se faz nosso alimento, por amor! Não nos esqueçamos jamais as condições para que possamos receber a comunhão. Num mundo de tantos relativismos e indiferentismo religioso, nunca é demais recordar os pontos basilares que nos ensina nossa fé católica. Vejamos o que nos diz São Justino, já no século IIº d.C.: “Este alimento se chama, entre nós Eucaristia, da qual ninguém pode participar, a não ser que creia serem verdadeiros nossos ensinamentos e se lavou no banho que traz a remissão dos pecados e a regeneração (Batismo) e vive conforme o que Cristo nos ensinou” (Justino, I Apologia, n.66; Cf. também: Catecismo da Igreja Católica, n. 1355). Receber a Comunhão é algo sublime. E, assim como nos preparamos para tudo o que é importante em nossa vida, devemos nos preparar bem para recebermos a Comunhão. De que modo? Antes de tudo, estando em dia com os sacramentos, conforme o estado de vida; estando em estado de graça, ou seja, sem pecado mortal (buscando o Sacramento da Confissão sempre que a consciência acusar de pecado, sobretudo mortal); participando da missa completa e esforçando-se por cultivar a oração, a unidade uns com os outros no amor e a vida de caridade.
Recordemo-nos também do que nos diz o apóstolo São Paulo: “Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha. Eis porque todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação” (1Cor 11,26-29). Assim, receber o Corpo e o Sangue do Senhor Jesus deve resultar de um contínuo discernimento interior. E quando comungamos, é necessário que nos coloquemos em oração e que agradeçamos sempre por tamanho dom que o Senhor nos deixou.
Levando uma vida eucarística, somos exortados a crescer na santidade. Ser santo significa identificar-se sempre mais com o Senhor, alimentando-se continuamente de suas palavras e de seu Corpo e Sangue. Peçamos, antes de tudo, que a Virgem Maria, em seu Imaculado Coração, interceda por nós, para que sejamos sempre fiéis a seu Filho Jesus e nos santifiquemos. Peçamos também a São João Batista que, desde o ventre de Isabel, exultou pela presença de Cristo, que nos ensine a buscá-lo sempre com maior fidelidade. Peçamos a São Pedro, que interceda por nós, como Igreja, para que vivamos da unidade do amor de Cristo. Peçamos, ainda, a Santo Antônio, que nos ensine a praticar o Evangelho e, alimentados na Eucaristia, praticar a caridade na partilha do pão cotidiano com os pobres. Rezemos, enfim, neste mês de junho, pela santificação de todos nós como Igreja, especialmente pela santificação do clero!
Pe. Rafael Capelato
Pároco
