
Falar de missões é falar do coração de Deus. Desde o início da criação, o Senhor deseja que toda pessoa conheça o seu amor e viva em comunhão com Ele. A missão não é apenas uma tarefa para alguns escolhidos, mas um chamado para todos os cristãos.
Jesus foi o primeiro missionário. Ele deixou o céu, veio ao mundo e anunciou a boa-nova: “O Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lucas 19,10). Sua vida foi inteira dedicada a fazer o bem, curar os doentes, consolar os aflitos e anunciar o Reino de Deus. Quando subiu ao céu, deixou uma ordem clara para os discípulos — também para nós:
“Ide, pois, e fazei discípulos entre todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28,19).
Ser missionário é levar Jesus onde Ele ainda não foi anunciado. Isso pode ser em outro país, em outra cidade, ou até dentro da nossa própria casa. A missão começa no coração, quando deixamos Deus transformar nossa vida e colocamos nossos dons a serviço do próximo. São Paulo dizia:
“Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1Coríntios 9,16).
Quem experimenta o amor de Deus não consegue guardar isso só para si. A missão é uma resposta de gratidão. É dizer: “Senhor, quero que outros sintam o mesmo amor que eu senti”.
Muitas vezes pensamos que missão é apenas viajar para longe. Mas a missão começa no cotidiano: na família, no trabalho, na escola, na comunidade. Cada gesto de bondade, cada palavra de esperança, cada atitude de perdão é um ato missionário.
Jesus nos convida:
“Vós sois a luz do mundo… assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5,14-16).
Ser missionário é ser luz onde há escuridão, ser esperança onde há desânimo e ser paz onde há conflito. Mesmo sem sair de casa, todos podemos evangelizar com a vida, com o testemunho e com o amor.
Ninguém faz missão sozinho. Foi o Espírito Santo quem deu coragem aos apóstolos no dia de Pentecostes. Antes, eles estavam com medo; depois, começaram a anunciar Jesus com ousadia e alegria.
“Recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia, Samaria e até os confins da terra” (Atos 1,8).
Assim também acontece conosco: o Espírito Santo é quem nos impulsiona, nos dá palavras certas, força diante das dificuldades e alegria para servir. Um coração cheio do Espírito se torna naturalmente missionário.
Ser missionário também é servir com humildade e partilhar o que temos. Jesus lavou os pés dos discípulos e nos ensinou que quem quer ser grande deve ser servo de todos (cf.Marcos10,43-45).
Quando ajudamos um necessitado, escutamos alguém triste, ou estendemos a mão ao que sofre, estamos sendo missionários do amor de Deus.
“A fé, se não tiver obras, é morta” (Tiago 2,17).
A missão não se faz apenas com palavras, mas com gestos concretos. É o amor que convence, não o discurso. Um sorriso sincero, um abraço acolhedor, uma visita a um doente ou uma oração por quem precisa — tudo isso é evangelizar.
O mundo ainda precisa de missionários. Há pessoas que nunca ouviram falar de Jesus, e há outras que o conhecem, mas perderam a fé. O Papa Francisco costuma dizer que todos somos “discípulos missionários”: aprendizes e anunciadores ao mesmo tempo.
“Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (João 20,21).
Cada batizado é um enviado. A Igreja existe para evangelizar, e nós somos parte viva dessa missão. Podemos anunciar com palavras, com a vida e com o testemunho. E quando não pudermos falar, que nossas atitudes falem por nós.
O maior prêmio de quem é missionário é ver uma vida transformada. Jesus prometeu:
“Quem der ainda que seja um copo de água fria a um desses pequeninos por ser meu discípulo, não perderá a sua recompensa” (Mateus 10,42).
A missão pode exigir sacrifícios, mas traz uma alegria profunda — a alegria de ver o Reino de Deus crescendo, a fé sendo despertada e o amor se espalhando. Ser missionário é viver para os outros, como fez Jesus.
A missão é o coração da vida cristã. Todos somos chamados a ser missionários onde estamos, com o que temos e do jeito que somos. Deus não escolhe os mais preparados; Ele prepara os que se colocam à disposição.
“Aqui estou, envia-me!” (Isaías 6,8)
Se deixarmos o amor de Deus agir em nós, seremos instrumentos de paz, pontes de esperança e sinais vivos do Evangelho. O mundo precisa de testemunhas autênticas, e Deus conta comigo e com você.
Diácono Marco Ernandez
